CRÔNICA

ROCAS-QUINTAS

Na cidade do Natal do final dos anos 60, quando a ida à Redinha ou Ponta Negra era uma viagem a ser feita nos veraneios ou, no máximo, em finais de semana e o ponto mais avançado a Oeste, a Cidade da Esperança, era separado do centro urbano por uma extensa área de sítios que começavam no Alecrim, o principal corredor viário do transporte coletivo era a linha Rocas-Quintas. A rota anunciada naquela placa, no alto da parte da frente do veículo, já não correspondia ao total de fato do percurso, já então ultrapassando os limites da Mário Negócio, indo até o Peixe-Boi, futuro bairro Felipe Camarão, pela BR 226, no trecho conhecido como Estrada de Mangabeira.

Saindo da região próxima ao mar e subindo inicialmente até a Cidade Alta, a viagem de ônibus cruzava alguns pontos de referência que eram relevantes para orientação de quem circulava pelas ruas e logradouros da capital naquele tempo. O primeiro era a estação rodoviária, hoje chamada rodoviária velha, na Praça Augusto Severo. Dali avistava-se, do outro lado da praça, o Teatro Alberto Maranhão, a antiga Faculdade de Direito e o Colégio Salesiano São José. Subindo a Junqueira Aires, à esquerda o prédio do Jornal “A República”, ao lado da Casa de Câmara Cascudo, um pouco antes de chegar à Pça das Mães. À direita, a Capitania dos Portos, atual Capitania das Artes e, mais acima, a Igreja do Rosário, para então chegar à Pça. André de Albuquerque, onde a cidade foi fundada. A depender do momento, poder-se-ia até apreciar a troca de guarda do Palácio do Governo ou a saída da missa na velha Catedral da Senhora da Apresentação.

Seguindo em frente, a curva na Pe. Pinto, a descida na ladeira da catinga, referência à exalação das águas do “riacho do baldo” ao cair de um pequeno desnível do terreno, por trás da mansão de Maria Boa. A desagradável emanação era compensada na subida da Raphael Fernandes, pela esplêndida vista do Rio Potengi, à montante, até a entrada da barra, as embarcações no porto e as dunas da Redinha, que podiam ser apreciadas até a virada do trajeto na curva seguinte, ao lado do Cemitério do Alecrim. Mais um pouco e chegava-se a outro ponto de reparo, o “Relógio do Alecrim”, no alto de uma coluna à entrada da Praça Gentil Ferreira. Deixando a praça, já na Rua Mário Negócio, o cruzamento da linha férrea, na Guarita, o Hospital Getúlio Vargas (hoje Giselda Trigueiro) à esquerda, traço de união Alecrim/Quintas.

Ao longo da Mário Negócio, vários referenciais que ficam, por questão de espaço, para um texto seguinte, todos importantes para não se perder em uma viagem de volta àqueles tempos, na capital do Rio Grande do Norte.

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