Pacientes curados da Covid–19 são mais sensíveis à fumaça e fuligem
Substâncias tóxicas produzidas pelas queimadas podem agravar quadro clínico de que já teve a doença
Não são apenas as crianças os únicos suscetíveis aos males causados pela fumaça das queimadas. Pessoas de todas as idades, principalmente as que têm comorbidades, podem ter o quadro agravado. Para os que já testaram positivo para a Covid–19, a situação pode ser agravada.
“O Coronavírus somando-se à fuligem é pior. Pois, já temos população propensa a ter essa irritação pela inalação. Em Parauapebas, o número de pessoas já contaminadas com a Covid-19 é alto, o vírus pode deixar sequelas que levam dias ou meses para ter a recuperação total. Então a fumaça faz com que essa inflamação pulmonar venha à tona deixando a pessoa, novamente, com franca dispneia, tendo que procurar o pronto atendimento para fazer alguma medida para retornar à normalidade”, explica Dr. Izac Miranda, clínico geral do Sistema Hapvida.
O médico afirma ainda que os idosos, fumantes e ex-fumantes também fazem parte do público para o qual se requer mais cuidados neste período em que as queimadas são comuns, pois, são mais propensos a sentir a insalubridade da fumaça e da fuligem.
“Toda a pessoa, com o envelhecimento, tem debilitação de todos os órgãos; e na questão pulmonar não é diferente”, admite Izac Miranda, detalhando que nesta fase é comum que desenvolvam gripes, resfriados e até pneumonia com mais frequência, que podem ser mais agradas com a presença da fumaça e fuligem.
Em pessoas de todas as idades, os efeitos da fumaça e fuligem produzidos por estas queimadas podem causar problemas de saúde como intoxicação, acidente vascular cerebral (AVC), desordens cardiovasculares, enfisema pulmonar, asma, conjuntivite, bronquite, irritação dos olhos e garganta tosse, falta de ar, nariz entupido, vermelhidão e alergia na pele.
Some-se a isso o faro de que a fumaça contribui para o efeito estufa, aumentando ainda mais os efeitos negativos provocados pela baixa umidade do ar nos períodos de seca. Se houver fuligem, soma-se ao seu potencial tóxico, o gasto de água (geralmente potável) para a limpeza.