Ministro da Saúde reforça necessidade de isolamento
Fala de Luiz Henrique Mandetta contraria postura do presidente, que tem saído às ruas e ignorado os riscos de contaminação
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, reforçou ontem (30/3) as orientações de isolamento social como forma de combate à pandemia de coronavírus.
O presidente Jair Bolsonaro publicou no domingo (29/3) imagens de um passeio pelo comércio gerando aglomerações de pessoas, contra a orientação da pasta e da Organização Mundial de Saúde. As postagens foram apagadas pelo Twitter.
A coletiva de imprensa desta segunda-feira inaugurou um novo formato que tirou o protagonismo da equipe de Saúde com a participação de vários ministros.
Estavam presentes os ministros da Cidadania, Onyx Lorenzoni, da Casa Civil, Walter Braga Netto, da Advocacia-Geral da União, André Mendonça e da Infraestrutura, Tarcísio Freitas.
De acordo com Braga Netto, a ideia é trazer uma “unicidade de narrativas” pois o problema atinge o governo de forma transversal. Ele disse que “não existe essa ideia” de demissão de Mandetta.
Já o ministro da Saúde disse que as tensões são normais e que “seria muito pequeno da minha parte eu achar que este é meu grande problema” pois o foco é no combate ao vírus.
“Enquanto eu estiver nominado vou trabalhar com a ciência, a técnica e o planejamento”, disse.
Mandetta também marcou posição no debate sobre uma suposta oposição entre custo em saúde e impacto econômico, afirmando que “o instinto pela vida é mais forte que instinto econômico” e evitando dar um prazo para a duração das medidas de isolamento.