A semana começou com duas greves deflagradas em áreas importantes no Estado e na capital. Os médicos na rede estadual e os professores na rede municipal de ensino de Natal decidiram paralisar suas atividades. Enquanto os profissionais da saúde reivindicam a inclusão do reajuste de internível de 3% na reestruturação do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR), os da educação de Natal têm como principal pauta a implantação do Piso do Magistério relativo ao ano de 2022. Nos dois casos, ao final desta segunda-feira (28), nem Governo do Estado, Prefeitura ou sindicatos das categorias tinham ainda um balanço do impacto nos dois serviços para a população.
O Sindicato dos Médicos do Estado (Sinmed/RN) informou que a orientação é pela suspensão de consultas ambulatoriais e de cirurgias eletivas. O atendimento de urgência deve estar reduzido em 30% no quadro de profissionais. Segundo o Sinmed, mais de 2.500 médicos no estado devem aderir à greve.
“O movimento realmente iniciou e as informações dão conta de engajamento que deve ir num crescente ao longo da semana. Neste primeiro dia, houve muitos pedidos de informação e os médicos se comprometendo a seguir as orientações de paralisação. Muitos compareceram aos locais de trabalho, mas muitos já suspenderam as cirurgias eletivas e consultas ambulatoriais, além de redução de leitos, e houve organização da urgência para redução dos profissionais”, declarou o presidente do Sindicato dos Médicos do RN, Geraldo Ferreira.
Além de paridade salarial entre ativos e aposentados e gratificação por qualificação, os profissionais médicos cobram o reajuste de internível de 3% e alegam que todas as categorias da área da saúde tiveram reajuste, menos os médicos e cirurgiões dentistas.
Uma proposta enviada pelo secretário de saúde do Estado, Cipriano Maia, sobre as mudanças no Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) previa o escalonamento da implementação do reajuste e a inclusão da gratificação por especialização. Os médicos aprovaram essa alternativa, mas alegam que no último dia 22, o secretário informou que a inclusão da gratificação havia ficado fora da proposta do governo, por isso, dois dias depois, a categoria aprovou a greve como forma de pressionar a negociação.
A Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap/RN) emitiu nota argumentando que segue a legislação que ordena o pagamento de gratificação a partir da qualificação superior à exigência do cargo. “Ressalte-se ainda que cerca de 10% do quadro de médicos apresentou documentação relativa e o Sindicato dos Médicos não respondeu às convocações para discutir a elaboração do novo Plano de Cargos Carreiras e Remuneração, reivindicando mudança após a a finalização e aprovação por todas as outras categorias”, informou a pasta.
Sobre o reajuste de internível, a Sesap diz que foi acertado com o sindicato o reajuste de 2% a partir de abril e um acréscimo de 0,5% a partir de dezembro, levando em conta a paridade entre ativos e inativos. “Os médicos receberam seguidos reajustes, até 2018, em quatro anos seguidos de aumento, o que não ocorreu com as outras categorias”, garante a secretaria.
Tribuna do Norte