Governo Bolsonaro promove desmanche da Petrobras
Estratégia de desinventimentos e privatizações diminuem ação e importância da estatal, principalmente no Nordeste
Engana-se quem pensa que a saída da Petrobras do Rio Grande do Norte é algo pontual do governo Bolsonaro. Na realidade, o atual presidente promove, na sua gestão, verdadeiro desmanche da estatal petrolífera.
De acordo com denúncia do Sindicato dos Petroleiros de São Paulo (Sindipetro/SP), a Petrobras colocou à venda, nos seis primeiros meses de 2020, nada menos que 382 dos seus ativos, incluindo a estrutura da empresa em solo potiguar.
Levantamento do sindicato aponta que, na linha da exploração e produção, foram postos à venda 41 campos terrestres, 12 campos de águas rasas, 39 plataformas e nove blocos exploratórios, concentrados principalmente na região Nordeste do país.
“A pandemia do novo coronavírus e a queda histórica do barril de petróleo não foram suficientes para frear a estratégia de desinvestimento da atual gestão da Petrobrás”, destaca trecho de abertura de reportagem do Sindipetro/SP, assinada por Guilherme Weimann.
Pela lista de ativos que serão vendidos, fica nítida a estratégia do governo Bolsonaro de promover o desmanche da estatal, reduzindo sua importância e presença, principalmente no Nordeste, reduzindo empregos e afetando negativamente a economia das cidades. Em todas as áreas de atuação da Petrobras há itens a serem vendidos, como oito termelétricas, dois parques eólicos e duas hidrelétricas.
“Também foram colocadas à venda propriedades fora do território nacional. A estatal anunciou a venda de 100% das ações da Petrobras Colombia Combustibles (Pecoco), que possui 124 estações de serviços (postos de combustíveis), 14 lojas de conveniência e sete terminais de logística (armazenamento)”, além de toda a infraestrutura de transporte de gás natural.
Ao mesmo tempo em que coloca em prática o desinvestimento na empresa, o governo Bolsonaro privatiza importantes ativos da companhia. Somente no mês de janeiro de 2019, as privatizações somaram R$ 67,1 bilhões. O projeto do governo Bolsonaro é reduzir a quase nada o papel da estatal.