FEMURN não quer realização de eleições municipais esse ano
Entidade reforça pleito do movimento municipalista que deseja a unificação dos mandatos
A Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (FEMURN) está defendendo que as eleições municipais desse ano não sejam realizadas e que haja unificação dos mandatos. A entidade subscreve carta aberta do movimento municipalista ao Congresso Nacional em que pede que o processo eleitoral não ocorra.
O movimento, liderado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), apresenta no documento, datado desta terça-feira, 26/5, mais de 20 motivos para que as eleições não sejam realizadas, desde a dificuldade para cumprimentos dos prazos do calendário eleitoral, a obrigatoriedade do distanciamento social que requer a permanência de cidadãos com mais de 60 anos a se manterem afastados do convívio social, e a existência de 1.313 prefeitos em exercício com mais de 60 anos e dos quais 1.040 têm o direito de concorrer à reeleição.
O movimento municipalista argumenta inclusive que a não participação de todos de forma plena pode contribuir para que alguns candidatos abusem do poderio econômico em detrimento de outros.
“Nas últimas eleições municipais, houve a participação de 16.568 candidatos a prefeitos e 463.405 candidatos a vereadores – fato que, certamente nas atuais condições, não se repetirá, possibilitando a preponderância do poder econômico e a supremacia das oligarquias políticas no resultado das urnas, pela inviabilidade da discussão pública
de propostas e exposição de candidatos”, diz um dos trechos da carta.
O presidente da FEMURN, José Leonardo Cassimiro de Araújo (PSD), prefeito de São Paulo do Potengi, vem reforçando no Rio Grande do Norte a bandeira levantada pelo movimento municipalista, apresentando os argumentos da Carta Aberta ao Congresso Nacional para que as eleições não sejam realizadas.
“Eventual realização das eleições no final deste ano impedirá a prestação e análise das contas dos candidatos, bem como, a diplomação dos eleitos, além do que inviabilizará uma adequada transição de governo. Sem essa, mais tempo levará a nova gestão para tomar pé da real situação do Ente público. O que, por certo, repercutirá negativamente nas ações do novo governo e, sobretudo, na continuidade das políticas públicas de combate à
pandemia”, destaca a carta em outro trecho.
O documento é finalizado com as entidades requerendo “em nome da democracia e do Estado de Direito que precisa ser preservado, bem como, do direito à vida, a não realização das eleições municipais no corrente ano e que em decorrência disso seja considerada a posição histórica do Movimento Municipalista Brasileiro no sentido da unificação dos mandatos com a realização de uma eleição geral em 2022.