Feira do Imigrante busca ajudar povo warao
Evento acontece neste sábado, numa realização da prefeitura de Mossoró com apoio da UERN e CERAM
* Professora-doutora Eliane Anselmo
A crise econômica na Venezuela intensificada ao longo dos últimos anos potencializou os fluxos migratórios dos indígenas da etnia Warao para zonas urbanas, incluindo os países vizinhos, como o Brasil, entre os destinos de seus deslocamentos. A configuração da situação de crise humanitária atingiu os grupos indígenas potencializando as vulnerabilidades que já são inerentes a estas populações.
Assim, a vinda dos Warao para as cidades brasileiras é motivada fundamentalmente pela necessidade de busca por alimentos, trabalho e renda, além do acesso à saúde.
É neste contexto que os Warao chegaram a Mossoró, desde o final de 2019. Atualmente 13 famílias vivem na cidade, totalizando 48 pessoas, abrigadas em dois bairros da cidade, Barrocas e Ouro Negro, em escolas e casas cedidas pelo Lar da Criança Pobre.
Práticas de Sobrevivência Warao – Para garantir sua sobrevivência, os Warao desenvolveram práticas específicas, como o ato de “pedir”. Essa é a razão pela qual os vemos cotidianamente nas ruas da cidade.
Mas uma outra prática é confecção e comercialização de seu artesanato, que tem como principal matéria-prima a fibra do Buriti.
Aqui na cidade, os Warao também utilizam o caule do Murumuru, planta conhecida popularmente como Aguapé, planta aquática afluente no rio Mossoró, coletada pelos Warao para confecção de artesanato. Mas a fibra do Buriti é essencial para o acabamento das peças artesanais produzidas pelos Warao. No Brasil, ela produzida e adquirida apenas na região norte do país.
A feira do Imigrante organizada pela Prefeitura Municipal de Mossoró, com o apoio da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) e do Comitê Estadual Intersetorial de Atenção aos Refugiados, Apátridas e Migrantes (CERAM), no intuito de ajudar no complemento da renda das famílias Warao. Acontecerá a partir das 8h, na Praça do Pax.
* Membro do CERAM