Dados

Estudo da UFRN revela impacto de falhas em dados nas estimativas de mortalidade

A precisão nos dados demográficos é crucial para a correta estimativa de mortalidade e expectativa de vida, parâmetros essenciais para o planejamento de políticas públicas de saúde. No entanto, omissões e erros nos registros de óbitos, na enumeração censitária e na declaração de idade podem introduzir vieses significativos nessas estimativas, especialmente em países com sistemas de coleta de dados menos robustos.

Um estudo recente conduzido por Marcos Roberto Gonzaga, professor do Programa de Pós-Graduação em Demografia da UFRN (PPGDem/UFRN), lança luz sobre como esses diferentes tipos de erros interagem e afetam as taxas de mortalidade e expectativa de vida por faixa etária no Brasil.

A pesquisa de Gonzaga, realizada em colaboração com os pesquisadores Bernardo Lanza Queiroz, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e Carl Schmertmann, da Universidade Estadual da Flórida (EUA) foi publicada na revista Demographic Research.

O estudo parte de um ponto inovador: enquanto a maioria dos estudos existentes tende a focar em um único tipo de erro de dados, seu trabalho propõe uma análise integrada que considera simultaneamente os três principais problemas — subregistro de óbitos, subenumeração do censo e declaração incorreta de idade em ambas as fontes de dados (registro de óbitos e censos demográficos). Ao construir uma estrutura analítica que combina o efeito desses tipos de erros, o estudo oferece uma visão mais abrangente sobre os vieses que podem distorcer as estimativas de mortalidade e expectativa de vida.

Um dos principais objetivos da pesquisa foi decompor os vieses causados por esses diferentes erros em um único modelo analítico, permitindo uma análise mais precisa dos impactos específicos de cada tipo de erro. Esse modelo não se limita à matemática pura; ele foi aplicado aos dados de mortalidade e população do Brasil, país que, segundo o autor, apresenta uma qualidade de dados intermediária, ou seja, não está entre os piores, mas também não atinge os níveis de precisão observados em países desenvolvidos.

Tribuna do Norte

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