PARCERIA

Estudantes da UFERSA, dos EUA e de escolas públicas criam veículo para exploração da Caatinga

Oficinas foram realizadas em diferentes laboratórios da UFERSA

Uma parceria inédita entre a Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA) e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês) resultou na construção do protótipo de um veículo espacial didático programado para explorar a Caatinga. O projeto UFERSA-MIT Brazil Semiarid Rover Build-a-thon foi encerrado nesta quarta-feira, dia 25, no auditório Amâncio Ramalho. A apresentação contou com a presença da titular no Consulado Geral dos Estados Unido em Recife Jessica Simon e do especialista em diplomacia pública Stuart Beechler.

“Estou bem impressionada com essa visita, principalmente por ver que a universidade já conta com muitos programas focando na internacionalização e nas parcerias com alguns países”, disse Jessica Simon.

O trabalho foi realizado entre os dias 10 e 23 de janeiro nas dependências do campus de Mossoró da UFERSA e contou com a coordenação do professor Felipe Ribeiro, do Departamento de Ciências Animais.

“O objetivo do projeto foi a construção de um Rover, que é um veículo autônomo, desses que, por exemplo, a Nasa manda para a Lua, para Marte, e tem sensores de exploração. Mas, ao invés de ir para Marte, o nosso rover irá explorar a Caatinga”, comenta ele.

“Todos estão aprendendo, desde os estudantes do MIT, os estudantes da UFERSA, e em especial, os estudantes do Ensino Médio. Muitos deles já têm habilidades que podem compartilhar e ajudar nas dificuldades dos outros, então isso multiplica o potencial de aprendizagem”.

Cerimônia de encerramento do projeto UFERSA-MIT Brazil Semiarid Rover Build-a-thon, realizada no dia 25 de janeiro na reitoria da UFERSA em Mossoró.

Além de oito estudantes do MIT e doze da UFERSA, o projeto selecionou 38 jovens de Ensino Médio matriculados em escolas públicas de onze cidades do Rio Grande do Norte. “Eu estou achando a experiência incrível”, conta Brenda Morais, que estuda em Assu e foi selecionada em outubro do ano passado. Depois de três semanas de atuação, ela destaca a troca de experiências, o contato com outra língua e outra cultura e a possibilidade de trabalhar em um projeto prático como os pontos mais marcantes dos últimos dias. “No final, todos acabamos amigos”.

Manoel Gilcivan Cunha estuda em São Rafael e já sabe que vai levar para casa uma experiência diferente de tudo que já viveu. “Como aluno de Ensino Médio, acho que é uma coisa ótima, porque já dá para ter uma noção se eu vou querer seguir uma carreira de Engenharia Mecânica, de Programação… No projeto cada um escolhe uma parte que quer seguir, basicamente, e isso já ajuda saber se é essa área que queremos mesmo”.

O projeto UFERSA-MIT Brazil Semiarid Rover Build-a-thon é financiado pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil e pelo Consulado Geral dos Estados Unidos no Recife. A iniciativa integra as atividades da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2022, como parte do Programa Ciência para Todos. Além da parceria com o MIT, a UFERSA também recebeu apoio da empresa JPatrício Metais para a realização das atividades.

Aprendizagem criativa
O trabalho de construção de um rover demandou a utilização de diferentes laboratórios da UFERSA. A abordagem utilizada foi a STEAM, sigla em inglês para as áreas de Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática. Trata-se de uma metodologia de aprendizado integrado que funciona por meio da resolução de desafios. Durante as três semanas de trabalho intenso para a produção do rover, os estudantes tiveram que pensar no tipo de terreno, na forma de locomoção do veículo, nos sensores utilizados e na forma de comunicação, entre muitos outros detalhes. Confira AQUI como se deu a experiência dos estudantes.

“A gente fala muito sobre aprendizagens baseadas em competências e habilidades, diferente daquela aprendizagem tradicional de conteúdos”, destaca o professor Felipe Ribeiro, acrescentando que a seleção dos participantes levou em conta o interesse dos candidatos pela solução de problemas. “No caso dos alunos das escolas públicas, identificamos o interesse também em participar de projetos, e muitos deles já têm o histórico de terem participado de Feira de Ciências do Semiárido, que foi algo importante na hora de selecioná-los. Mas o principal foi a vontade de querer trabalhar e a disponibilidade de estar aqui durante 3 semanas no mês de janeiro para poder botar a mão na massa, desenvolver esse protótipo e aprender bastante”.

Reitora Ludmilla Oliveira e cônsul-geral dos dos Estados Unido em Recife Jessica Simon (foto: Eduardo Mendonça/Assecom)

Education USA
Durante a recepção da cônsul-geral dos Estados Unido em Recife, Jessica Simon, a reitora Ludmilla Oliveira e o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da universidade, Glauber Henrique de Sousa Nunes, manifestaram interesse em sediar, em Mossoró, um escritório do programa Education USA, que já conta com mais de 40 centros no Brasil. “Nossa intenção é começar a partir de hoje a pensar nessa articulação que nos permitiria proporcionar uma formação em nível internacional para os nossos estudantes”, afirmou Ludimilla Oliveira. “Nós já temos a infraestrtura, os servidores que podem ser colocados à disposição e todo o interesse em investir em uma parceria como essa”.

Para o pró-reitor Glauber Nunes, a abertura de um escritório do programa Education USA pode intensificar o trabalho de inclusão que a universidade já realiza, com foco nos estudantes que mais precisam das ações de Assistência Estudantil. “No ano passado nós lançamos o primeiro edital de ações afirmativas da UFERSA, com financiamento do CPNPq, justamente para garantir que os estudantes em situação de vulnerabilidade sejam beneficiados”, afirmou.

De acordo com a cônsul Jessica Simon, a atuação da UFERSA na promoção da inclusão social por meio de ações afirmativas é outro ponto importante para o atual governo estadunidense. “Eu vejo muito mais possibilidades para fortalecermos essa relação, porque para nós é muito importante construir laços entre universidades brasileiras e dos Estados Unidos”, afirmou ela. “Eu vi que aqui existe esse foco na diversidade e na inclusão, então eu vejo muitos interesses mútuos aqui”, finalizou.

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