Em Natal 100 idosos acamados não receberam 2ª dose
O levantamento foi divulgado pela Secretaria de Saúde e famílias temem que atraso interfira no resultado do imunizante
A Secretaria de Saúde de Natal admitiu ontem, 23, que 100 idosos acamados de na capital potiguar, ainda não receberam a segunda dose da vacina CoronaVac. Um número que representa cerca de 3,7% do total de 2.666 que receberam a primeira dose no mês de fevereiro.
De acordo com o sistema adotado pela secretaria, a vacinação para os acamados é feita em casa por uma equipe de vacinadores e começou no dia 10 de fevereiro, sendo um dos grupos prioritários.
Nesta semana, algumas famílias desses idosos demonstraram preocupação, já que o período indicado pelo fabricante da vacina para a aplicação da segunda dose, que é de até 28 dias, já passou.
Esse é um dos medos da família de Dona Adélia, de 83 anos, que recebeu em casa a primeira dose no dia 16 de fevereiro, aplicada por uma equipe de vacinadores. A segunda dose está atrasada há uma semana. “O meu medo é que ela perca a validade e não faça mais o efeito desejado”, declarou a filha Eucésia Oliveira.
A secretaria de saúde de Natal havia prometido vaciná-la ontem, 23, o que não aconteceu. A data foi remarcada para hoje, 24. O sistema RN+ Vacina apontava nesta terça-feira que 1.345 idosos acamados haviam recebido a primeira dose da vacina em Natal e que outros 458 haviam recebido a segunda dose, números menores do que os apresentados pela secretaria municipal de Natal.
A secretaria de saúde explicou, que a diferença se deu porque nem todos os dados ainda foram inseridos na plataforma. A preocupação das famílias é reforçada pela opinião dos especialistas, que alertam que nesses casos de atraso, o reforço da imunização deve ser aplicado o quanto antes. “Nos estudos que foram feitos com a CoronaVac, o tempo ótimo de imunização, que eles observaram foi de 28 dias. Eles não observaram tempo além desses 28 dias. Então a gente não garante que depois disso vai ter uma resposta efetiva. A gente acredita que sim, mas como não há estudos, o que a gente orienta é que se faça essa imunização o quanto antes, que não se postergue, pra que se garanta o reforço da vacinação”, disse a imunologista Janeusa Souto.