Da insensatez à maldade

No início do mês passado, um senhor de 92 anos acionou a Justiça para que esta afaste de sua casa o filho dele. O pai queria o filho fora de casa porque este não cumpria as regras do isolamento social. Com medo de contrair a doença, o idoso apelou para o ato extremo.

O registro se deu na cidade de José da Penha, aqui no Rio Grande do Norte. Até agora, esse tem sido o primeiro e único caso a chegar ao Judiciário. Não fosse o carinho desmedido, o amor infinito e a complacência benevolente, de pais, avós, sogros, sogras, os tribunais estariam cheios de situações dessa natureza para analisar.

O que tem de filho, sobrinho, genro, nora e neto colocando em risco a vida de seus parentes e outras pessoas próximas não é pouco. Gente com muita insensatez e pouca vergonha na cara. Cheias de escárnio e desprovidas de caráter. Abarrotadas de arrogância e vazias de bom senso.

Pessoas de sentimentos putrefatos e falsas crenças. Que tentam esconder o mau-caratismo por trás de um púlpito. Que usam, em vão, o nome de Deus para justificar suas maldades e não pagar por seus deslizes, ilegais, imorais e pecaminosos.

Gente em que a falta de sensibilidade abunda porque a suposta sensatez já está vestida do mal. Muitos escorados numa vaga, sebosa e suposta filosofia cristã sustentada pela preguiça por aprender. Seres que, escrotamente, colocam em risco a vida de pessoas que tem bondade, sensibilidade e vontade de viver. Independente da idade que tenham mães, pais, avós, tios, tias, sogros e sogras, eles merecem, devem e precisam ficar sempre entre nós.

EM XEQUE

Quando diz que a família estaria sofrendo perseguição, o presidente Bolsonaro coloca em xeque a credibilidade da Polícia Federal. Afinal de contas, a PF faz trabalho técnico ou político? É preciso que a entidade que representa os policiais federais se pronuncie publicamente sobre as acusações do presidente.

EM XEQUE II

Muito suspeito que o presidente tenha se recusado a apresentar à sociedade resultados de testes para Covid-19 que deram negativo. Falastrão, insensato, prepotente e arrogante que é, ele os teria jogado na cara de repórteres logo que foi questionado a respeito. É preciso que se investigue.

UM EM BAIXA

Sofríveis a cada medição os índices de isolamento social no Rio Grande do Norte. Ontem, por exemplo, a taxa era de pouco mais de 42,2%. Será difícil se chegar a 60%, mínimo razoável necessário a conter o avanço da pandemia. Penso que sem lockdown, teremos cada vez mais contaminações e cada vez mais mortes e mais difícil será um retorno à “normalidade”.

OUTRO EM CIMA

Enquanto isso, o RN registrou de ontem para cá nada menos que 332 novos casos confirmados de Covid-19, o maior número desde que o primeiro caso foi registrado em solo potiguar.

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