Agentes de saúde denunciam más condições de trabalho e pressões
Agentes Comunitários de Saúde também relataram que sofreram os mesmos problemas
Os agentes comunitários de saúde da Prefeitura de Mossoró estão denunciando que estão enfrentando más condições de trabalho e pressão de seus superiores.
Segundo o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (SINDISERPUM) os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) procuraram a diretoria da entidade na segunda-feira para denunciar falta de condições de trabalho e igualmente, cobranças que eles consideram descabidas, por parte do Executivo.
Os profissionais denunciam que desde que lhes foram retirados os tablets para registro dos usuários visitados, há cerca de um ano, que os trabalhos têm sido feitos de forma manual.
Sem computadores nos locais de trabalho e muitos também sem equipamento próprio, os dados não estão sendo incluídos no sistema com a devida agilidade e coordenadores têm pressionado os servidores para que trabalhem até fora dos seus horários normais para concretizar o envio até o final deste mês.
“Não temos tablets. Tem ACS que está fazendo dívidas pra comprar, a maioria dos postos não tem sequer um computador pra digitar os cadastros e querem que a gente vá digitar lá na secretaria”, denunciam.
Segundo relatos dos servidores, o sistema atualmente implementado é fraco e muitas vezes só funciona bem durante a madrugada e não há qualquer apoio no sentido de resolver os problemas, atualmente com um único responsável, que além de não estar atendendo os servidores a contento, exclui do grupo específico para tirar dúvidas, quem não concorda com seus posicionamentos.
“Não temos suporte nenhum que nos ajude, quando a senha bloqueia a pessoa responsável não nos responde. Ele sozinho não dá conta de ajudar a todos os ACS e por ser só ele, está agindo como um ditador. Se alguém tiver uma opinião contrária a dele, é excluído do único grupo que nos tira as dúvidas”, apontam.
O Sindiserpum encaminhou ofício à Secretaria de Saúde cobrando uma reunião, onde possam também participar os servidores, que apontam como possível solução para o problema a devolução do sistema de tablets; a criação de uma equipe de suporte para solucionar problemas com o sistema e um treinamento para a utilização dos novos mecanismos.
“O Sindiserpum vê com muita preocupação a forma arbitrária com que a atual gestão costuma a tratar os servidores, principalmente aqueles que estão na linha de frente da Saúde, neste período de pandemia, sem lhes dar as ferramentas necessárias para a execução dos serviços. Estas atitudes têm adoecido muitos profissionais que são compromissados e fazem o seu melhor. Também se faz necessária a abertura de diálogo, que parece ser um bicho-de-sete-cabeças para a atual gestão”, avalia Eliete Vieira, diretora do Sindiserpum.
O sindicato revela que os agentes de combate a endemias já denunciaram o mesmo problema.
O Portal do RN contactou, ontem, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) por meio de sua assessoria de comunicação, para saber a sua versão sobre os fatos. Até o fechamento desta matéria, 7h50, não tivemos retorno.