O bloqueio em um dos trechos da BR-304, em Lajes, por causa da queda de uma ponte após as fortes chuvas no final de semana, tem provocado impactos nos municípios do entorno que utilizam a rodovia para encaminhar pacientes a consultas ou tratamento médico em Natal.
Em Angicos, por exemplo, a opção para chegar à capital está sendo a Estrada do Óleo (BR-406), por Alto do Rodrigues, o que fez aumentar os gastos com viagens em cerca de R$ 200 por viagem. Isso porque, somando ida e vinda, o percurso foi esticado em algo em torno de 240 km. Desse modo, apenas os pacientes em tratamento de hemodiálise ou câncer estão sendo enviados à capital.
As marcações de exames em Natal estão suspensas, por enquanto. “Estamos analisando a situação, porque a dificuldade é com o transporte. Os tanques dos nossos carros não têm como abastecer em Angicos, se deslocar a Natal e voltar com o mesmo combustível. É preciso fazer um complemento no meio desse trajeto, o que provoca elevação de custos com combustíveis. Gastamos cerca de R$ 180 a R$ 200 a mais cada viagem”, afirma o prefeito de Angicos, Miguel Pinheiro Neto. O percurso para Mossoró não foi alterado e, por isso, o envio de pacientes à cidade segue normalmente.
A situação é a mesma em Assu. Com isso, o trajeto para Natal, que está sendo feito também pela Estrada do Óleo, aumentou cerca de 50 km (somando ida e volta). Débora Cavalcante, secretária de Saúde do Município, diz que a Prefeitura já consegue atender a maioria das demandas locais, como a realização de boa parte das consultas e exames na própria cidade. Entretanto, com o incremento do trajeto, os gastos com transporte tendem a aumentar, segundo ela.
“Para Natal, geralmente vão os pacientes que fazem hemodiálise ou que precisam de atendimento na Liga. O envio diário desses pacientes segue sem alteração. A diferença é que leva-se mais tempo para ir e voltar”, diz a secretária. “Ainda não fizemos nenhum cálculo sobre aumento de gastos, mas, sim, eles serão elevados, porque estamos fazendo um trajeto maior. A prioridade da Prefeitura, contudo, é que nenhuma assistência nesse sentido seja reduzida”, detalha a secretária.
Em Lajes, município onde fica o trecho afetado pelo desabamento da ponte, o envio de pacientes à capital tem se mostrado um desafio, conforme informou a Secretaria de Saúde. A nova rota inclui a saída pelo distrito de Firmeza, Boa Vista, depois Jandaíra, João Câmara, até chegar a Natal. “Certamente, os desvios e atrasos representam um desafio adicional, especialmente para tratamentos que demandam urgência”, disse a pasta.
“No entanto, estamos concentrando nossos esforços no transporte de casos urgentes, como a hemodiálise, e trabalhando em colaboração com a regulação estadual para otimizar os encaminhamentos, priorizando a região de Mossoró quando possível. Com as alterações nas rotas, a duração das viagens dobrou, passando de aproximadamente duas horas para quatro a cinco horas”, informou a Secretaria ao admitir também que haverá aumento de custos com o transporte dos paciente.
Tribuna do Norte