Saúde

RN tem mais de 900 pessoas aguardando na fila por um doador

No Rio Grande do Norte, mais de 900 pessoas estão aguardando na fila por um doador. O levantamento foi divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), destacando que o ato de escolher pela doação de órgãos salva vidas diariamente em todo o país. O levantamento não traz dados por município.

Segundo a pasta estadual, são 592 pessoas à espera por córneas, 327 por rins, 19 aguardando por medula óssea e apenas uma pessoa esperando por um coração, totalizando 939 cidadãos potiguares à espera de um doador de órgãos. A Sesap informa que o RN é o 5º estado do Nordeste em doações.

Em 2022, foram realizados 335 transplantes, sendo 129 de córneas, 162 de medula óssea, 39 de rins, dois de coração e três de pele. Já este ano, foram 84 procedimentos de córnea, 29 de rins e três de coração.

A Sesap regula a captação de órgãos, prioritariamente, em duas unidades da rede estadual: Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), em Mossoró, e Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HMWG), em Natal. Anteriormente, em 2021, também já foi realizada captação no Hospital Estadual Telecila Freitas Fontes, em Caicó.

“Mudar esse cenário depende da doação de órgãos, possível apenas a partir da aceitação e autorização dos familiares. É importante cada um ter a consciência da importância de doar e comunicar esse desejo à sua família. Ser um doador é um gesto de amor fraterno e respeito à vida”, destacou a coordenadora da Central de Transplantes da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), Rogéria Medeiros.

Neste ano, houve doação também advinda de: Hospital da Hapvida, na Liga contra o Câncer, Hospital Rio Grande, Hospital do Coração e Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL). As ações são organizadas pela Central de Transplantes do RN e todas as captações são custeadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

São feitos no RN transplantes de córneas, rins, medula óssea e coração. Quanto às unidades credenciadas no estado pelo Ministério da Saúde são quatro clínicas de oftalmologia credenciadas, além do HUOL, que também faz procedimentos de rins.

No que diz respeito ao transplante de coração, a Sesap tem como parceiro o Hospital Rio Grande, única unidade credenciada no estado, que também realiza o de medula óssea. O Hospital do Coração é credenciado para rins e a Liga contra o Câncer está em fase de credenciamento para transplante de medula óssea.

Saiba como é o processo de doação/transplante

A Secretaria Estadual de Saúde destaca que para ser doador de órgãos basta expressar em vida aos seus familiares esse desejo, não sendo necessário nenhum documento oficial. A Sesap ressalta que as famílias de possíveis doadores são assistidas por equipes especializadas que orientam como proceder para permitir a doação de órgãos.

Esse processo, segundo a Secretaria, ocorre da seguinte forma: quando é fechado o protocolo de morte encefálica, detectando a morte do paciente, a equipe especializada do hospital procura sua família para comunicar o acontecimento e conversar sobre a possibilidade da doação de órgãos, indagando sobre o desejo e a permissão de doar. Em seguida, a família assina um documento, dando a permissão para que a doação aconteça.

Logo após essas etapas, uma equipe captadora, composta por cirurgiões, irá avaliar o paciente e proceder com a captação dos órgãos. Esses órgãos são encaminhados para o Serviço Nacional de Transplantes (SNT) do Ministério da Saúde, no qual são inseridos em uma lista para classificar quem receberá os órgãos doados.

“Quanto a essa lista, após avaliação pelo médico especialista credenciado no SNT, o paciente é inserido em uma lista única de espera, e fica no aguardo para a indicação de realização do procedimento. Ao ser inscrito, o paciente recebe um número, chamado Registro Geral da Central de Transplantes (RGCT), com o qual pode consultar sua posição na lista de espera, por meio do site: https://snt.saude.gov.br”, explica a Sesap.

Por fim, o órgão de saúde estadual informa que se trata de um processo complexo, do qual participam três diferentes equipes de profissionais: aquela encarregada de realizar o diagnóstico de morte encefálica, a equipe de captação e a de transplante, garantindo assim a imparcialidade dos procedimentos.

*Por Edinaldo Moreno/JORNAL DE FATO

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