OPINIÃO

EU NA AFLAM HÁ 15 ANOS

POR HELENITA CASTRO

Certa noite fui surpreendida com a ilustre visita de um casal amigo e colegas de trabalho de muitos anos, a professora Maria de Fátima Castro e Wilson Bezerra de Moura. Fiquei feliz! Mais ainda, quando eles me falaram o motivo de tão honrosa visita. Quem primeiro falou foi Fátima: “Professora, estamos aqui para lhe fazer um convite. Estamos com um projeto, que, por sinal, a ideia inicial foi de D. América, sempre apoiada por Dr. Vingt-un Rosado, de criar uma Academia Feminina de Letras e Artes em Mossoró-RN. Achei a ideia fantástica e com o apoio de Wilson, resolvi abraçar essa causa. Lembramos do seu nome considerando seu compromisso com a educação e seu envolvimento com a cultura de um modo geral.”

Aquele convite mexeu comigo, de tal forma, que fiquei sem palavras olhando-os; nesse momento, passou um filme em minha mente; fiz um ligeiro retrospecto de minha vida para ver se estava a altura de tamanha responsabilidade. Ser membro de uma academia de letras foi e continua sendo objeto de desejo, ainda que não declarado, de muitos, e meu é claro!  E a sedução continuou. Conversa vai, conversa vem, lembrei de um provérbio popular que diz: “em terra de cego quem tem um olho é rei”, então aceitei.

Aos poucos o grupo foi se formando. O critério usado para a escolha dos seus membros, foi através de obras realizadas durante a vida de cada um, não necessariamente, por serem portadoras de diploma de nível superior. Assim sendo, fomos à procura na classe de letras de: poetas, escritoras, publicistas; na classe de Artes de: pintoras, escultoras, artesãs, arquitetas, etc.. As reuniões foram acontecendo e a Academia foi ganhando sua forma própria, sempre contando com a colaboração de Maria do Socorro Cavalcanti, Presidente de Honra da AFLAM e membro da Academia de Letras e Artes do Ceará (ALACE).

A nossa Academia recebeu o nome de: Academia Feminina de Letras e Artes Mossoroense – AFLAM.

Vencidas as primeiras dificuldades e cumprindo os trâmites legais, no dia 17 de agosto de 2007, a AFLAM foi oficializada numa bela solenidade realizada no salão nobre da Biblioteca Municipal Ney Pontes Duarte, com a presença das acadêmicas, seus familiares, autoridades e representantes das diversas instituições culturais da região. No momento, foi dado posse a primeira diretoria da AFLAM. Esse foi o primeiro evento oficial realizado pela recém criada instituição acadêmica, tendo eu integrado, como Oradora Oficial.

No dia 29 de novembro de 2007, a AFLAM promoveu no auditório da Estação das Artes Elizeu Ventania, a solenidade de posse das sócias fundadoras e efetivas. Esse foi o segundo evento oficial de grande importância para a Academia. Segundo Maria do Socorro Cavalcanti “essa festa foi iluminada pelo brilho dos olhos das acadêmicas que não escondiam a satisfação em adentrar na academia, para fazer valer o seu valor, enaltecer a sua terra e se tornarem Imortais”. (Bibliografias: acadêmicas da AFLAM, 2015).

A AFLAM fixou sua sede na cidade de Mossoró-RN e iniciou, desde logo, suas atividades que abrangem vários setores culturais, com a participação pessoal do grupo de fundadoras; promovendo ou participando de exposições de várias obras, intercambio protocolares com instituições congêneres, nacionais e estrangeiras, assim como, com entidades oficiais, em especial com a Câmara Municipal de Mossoró-RN.

Tenho muito orgulho em poder dizer que participei de todos os momentos importantes da criação da AFLAM, como sócia fundadora, ao lado das confreiras, que muitas vezes deixaram seus afazeres, para com carinho, compromisso, competência e amor se envolverem nas tarefas a elas conferidas.

Na programação de comemoração dos 10 anos da AFLAM, realizada na diretoria sob a batuta segura da Presidente Joana D’Arc Fernandes, constou da apresentação da Academia Juvenil de Letras e Artes Elita Carlos – AJLAEC, primeira academia do gênero, na cidade de Mossoró e Rio Grande do Norte. O Centro Educacional Elita Carlos, escola sob a minha responsabilidade, foi agraciado com tamanha honraria.

No discurso proferido na solenidade de fundação da AFLAM, me expressei da seguinte maneira: “ao encerrar minha fala, invoco a proteção de Deus e de todos, para que a entidade que acaba de nascer vá muito além de sua fundação, como um arauto das mulheres de todas as classes, cor e credos, denunciando preconceitos, abusos sexuais e toda espécie de violência, em cada história contada em qualquer estilo.” Hoje, me reporto a Deus para agradecer, porque o que foi dito, soou como uma profecia que se realizou com as bênçãos do céu.

Parabéns a todas que fazem a AFLAM e muito obrigada, pela acolhida que sempre tive e tenho das minhas nobres confreiras!!!!!


 Helenita Castro Soares é professora aposentada da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte,  cientista social, pesquisadora, artesã e escritora Primeira Ocupante da Cadeira 07 da AFLAM, da qual foi Presidente no período 2018 a 2020.

 

 

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