Um gigantesco asteroide com cerca de 1,8 km de diâmetro vai passar “relativamente perto” da Terra na próxima sexta-feira (27). Mas isso não é motivo para alarde. “Não há chance alguma de que este asteroide possa impactar a Terra. De fato, o sobrevoo de 27 de maio é o mais próximo que este asteroide se aproximará da Terra em pelo menos 2 séculos”, explica Paul Chodas, diretor do Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra (Center for Near Earth Object Studies) da Nasa.
O chamado 7335 (1989 JA) não representa nenhuma ameaça para nós porque, segundo a Nasa, o objeto passará a cerca de 10 vezes a distância média entre a Terra e a Lua, a 4 milhões de quilômetros.
Para os cientistas, essa distância permite classificá-lo como uma Asteroide Potencialmente Perigoso (PHA), mas como explica o astrônomo Pedro Bernardinelli, isso não quer dizer que ele é uma ameaça para gente nem mesmo em futuro próximo.
“A ideia não é assustar, mas chamar atenção ao objeto para observadores”, explica o especialista. Bernardinelli, que foi um dos responsáveis por descobrir o cometa de maior núcleo já avistado pela ciência, disse ao g1 que essa classificação não deve ser interpretada como algo alarmista pois conhecemos bem a órbita do 7335 e sabemos, de fato, que ele não representa perigo nenhum.
Porém, ressalta o pesquisador, essa técnica de nomeação é importante para que os astrônomos possam entender e medir precisamente a órbita de tais objetos e, dessa forma, compreender o comportamento desses corpos celestes durante décadas.
“A definição de PHA é basicamente qualquer objeto que vai passar a menos de 0.05 unidades astronômicas (1ua = distancia Terra-Sol) da Terra”, detalha o cientista, que também é doutor em física e astronomia na Universidade da Pensilvânia.
“Então é meio que um jeito de falar que esse é um objeto que vale a pena ser medido para poder fazer esse tipo de coisa”.
O diretor do programa CNEOS da NASA admite que, de fato, pode parecer confuso para muitas pessoas categorizar este asteroide como “potencialmente perigoso”, mas destaca um motivo: “Atribuímos esse rótulo oficial porque a órbita desse asteroide se aproxima ‘perto’ da órbita da Terra (menos de 20 vezes a distância da Lua). Então, isso é ‘próximo’ para um asteroide”.
Porém, o especialista explica que as duas órbitas não se cruzam atualmente, mas que ao longo de muitas centenas ou até mesmo milhares de anos é “concebível” que a órbita desse asteroide possa evoluir para cruzar a da Terra.
“O que o torna potencialmente perigoso a longo prazo. Mas, para repetir, não há chance de impactar a Terra pelo menos no próximo século”, acrescenta.
Segundo o CNEOS, esse asteroide que se aproxima no dia 27 de maio vai ser o maior que passará pela Terra em 2022, mas os astrônomos o acompanham há mais de 30 anos, e conhecem bem o seu caminho orbital, assim como o de diversos outros Asteroides Próximos da Terra (NEO, na sigla em inglês).
G1