A Universidade Federal Rural do Semi-Árido aderiu aos Projetos Famílias Fortes e Reconecte do Governo Federal. A iniciativa é do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos – MMFDH. A ideia dos projetos é amenizar os problemas de desajustes familiares que são responsáveis pela falta de desempenho dos jovens na escola. Segundo o professor Ananias Agostinho, responsável pela coordenação dos projetos na Ufersa, a região nordeste detém a maior taxa de mortalidade de jovens com idade entre 15 e 29 anos.
Outros dados que chamam atenção se referem com a alta taxa de adolescentes viciados em álcool e outras drogas ilícitas, alto número de menores infratores, gravidez na adolescência, trabalho infanto-juvenil e a evasão escolar. “Todos esses problemas são relacionados aos desajustes familiares”, pontuou o professor.
Ainda segundo Ananias a sociedade tem necessidade urgente para o desenvolvimento de ações e políticas governamentais voltadas para a aprendizagem de habilidades parental e sócio emocional para a prevenção de comportamentos considerados como de risco. Essa é uma das justificativas para a Ufersa, por meio da Coordenação de Ações Afirmativas, Diversidade e Inclusão Social – Caadis, aderir aos projetos Família Fortes e Reconecte. O primeiro visa promover o bem estar dos membros da família e, o segundo projeto, reconectar as famílias e os relacionamentos em geral.
O Projeto Família Fortes vai acontecer com 24 ciclos, totalizando 7 encontros, beneficiando 265 famílias. Já Projeto Reconecte vai ofertar 16 cursos e beneficiar 360 famílias. Outra ideia é a realizar a Semana da Família na cidade de Mossoró. “Desta forma, a Universidade passa a desenvolver atividades de extensão voltadas para o bem-estar de todos os membros da família”, considerou. Nessa fase inicial serão atendidas 360 famílias nos municípios de Mossoró, Angicos, Caraúbas e Pau dos Ferros.
Cada um dos projetos contará com 1 articulador, 2 auxiliares e 16 facilitadores/aplicadores que poderão ser acadêmicos ou profissionais de nível médio ou superior. O financiamento será do Ministério da Mulher, da Família é dos Direitos Humanos.
LANÇAMENTO
A apresentação dos Projetos aconteceu ontem (17), com a presença do secretário nacional de políticas públicas de igualdade racial, Coronel Paulo Roberto; do deputado federal, General Girão; da reitora da Ufersa, professora Ludimilla Oliveira e, da secretária de Desenvolvimento Social e Juventude de Mossoró, Janaína Holanda. “Estamos de portas abertas para a formação de parcerias para trabalhas nas mais diversas ações e projetos como estes. Aproveito para parabenizar a Universidade pela adesão dos projetos”, afirmou a representante do prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra.
Para o deputado Girão, o país precisa atender as demandas da sociedade. “Precisamos buscar atender todas as demandas, independente de raças e credos”, pontuou o general ao elogiar o trabalho que a Ministra Damares Alves vem realizado na pasta a qual ocupa. Para o secretário nacional Paulo Roberto falta no país igualdade de oportunidades. “Há uma corrida pela sobrevivência e pelo desenvolvimento social, mas acontece que muitos brasileiros estão atrás da linha de largada o que é um exemplo de injustiça”, refletiu o secretário, informando que o papel da pasta que ele ocupa é promover o desenvolvimento do potencial de cada uma para uma largada mais justa.
Paulo Gustavo acredita que os projetos aderidos pela Ufersa têm a finalidade de promover a igualdade. “Sem família não se tem estrutura porque é ela a célula macro da sociedade”, pontuou, exemplificando com o recente caso de um quilombola que foi barbaramente espancado. “A exclusão gera violência”, considerou ao chamar a atenção da expertise da Universidade nesse trabalho quem vem sendo proposto.
Para a reitora Ludimilla Oliveira também é papel da universidade trazer as famílias para se integrarem à instituição. “Foi pensando na família dentro da Universidade, qualquer que seja o arranjo, e como esteja essa família é uma preocupação da nossa gestão”, afirmou. A professora exemplificou a importância da Universidade ao encontrar numa comunidade quilombola estudantes do curso de Licenciatura Educação do Campo da Ufersa atuando profissionalmente, dando verdadeiro exemplo de inclusão social.