Crise Hídrica

Seridó e Alto Oeste têm a situação hídrica mais crítica

47 reservatórios com mais de 5 milhões de metros cúbicos de capacidade de armazenamento são monitorados pelo Igarn; 19 desses reservatórios atingiram o volume morto.

O período chuvoso nas regiões Oeste, Seridó, Central e Alto Oeste do Rio Grande do Norte chegou ao fim, e a previsão de precipitações no Agreste e no Litoral Leste está no fim, mas o volume de água não foi capaz de promover a recarga dos principais reservatórios do Estado. “A situação hídrica continua crítica no RN, e as áreas onde há maior crise estão no Seridó e no Alto Oeste onde o acesso à água subterrânea é mais difícil”, disse Josivan Cardoso, diretor presidente do Instituto de Gestão das Águas (Igarn), órgão responsável pelo monitoramento, fiscalização e uso de água nos 47 maiores reservatórios do RN.

Juntos, os 47 reservatórios possuem capacidade de armazenamento de 4,4 bilhões de metros cúbicos de água. Os dados atuais do Igarn dão conta de 755 milhões de m³ de água armazenados, ou 17% da capacidade total.

“A prioridade é o abastecimento humano, mas sempre verificando a possibilidade de fornecimento para os demais usos como irrigação”, ressaltou Josivan Cardoso. Com término do período chuvoso, o Igarn está atualizando os dados para verificar a necessidade de novas restrições ou se será possível manter a continuidade do uso no mesmo patamar. “Nosso objetivo é manter a maior quantidade possível de água armazenada nos reservatórios”, resume.

Cardoso recorda que a atuação do Igarn passou a ter mais relevância a partir de 2014, quando o Estado consumia em média por ano cerca de 700 milhões de metros cúbicos de água. “Com o trabalho de gestão, conseguimos manter o abastecimento, captado nos 47 reservatórios superficiais monitorados pelo Instituto, reduzindo essa média de consumo para 270 milhões de m³”.

O Instituto de Gestão das Águas do RN irá realizar campanhas de fiscalização e conscientização com quem possui outorgas para uso da água, como a Caern, outras concessionárias municipais, e empresas do agronegócio. A meta é coibir o uso do recurso sem autorização e regularizar quem possui outorga. “Também iremos iniciar uma ação itinerante, Água Nossa, focada no uso consciente”, adiantou Josivan Cardoso. Transposição Josivan Cardoso, do Igarn, disse que o prazo para a chegada das águas da Transposição do Rio São Francisco no RN ainda não foi atualizado pelo Ministério da Integração. “As obras foram retomadas e logo teremos uma nova projeção, ou mesmo a manutenção do prazo anterior que é dezembro deste ano”.

As águas do São Francisco irão abastecer o curso dos rios Apodi-Mossoró e dos rios Piranhas-Açu: o primeiro sistema alimenta o açude de Santa Cruz do Apodi, que hoje está com 20,67% de sua capacidade e estimativa para atingir o volume morto em agosto de 2019; enquanto o segundo abastece a barragem Armando Ribeiro Gonçalves, a maior do RN com 2,4 bilhões de m³ de armazenamento, que após as chuvas está com 18,05% de sua capacidade e estimativa para atingir o volume morto em dezembro de 2017.

As barragens Santa Cruz do Apodi e Armando Ribeiro Gonçalves são os dois maiores reservatórios de água para consumo humano do Estado.

O titular do Igarn informou que a adutora emergencial de Caicó está em período de testes, “mas funcionando”. A adutora traz água da Armando Ribeiro Gonçalves, uma vez que o abastecimento através do Piranhas-Açu está comprometido devido a pouca vazão da água liberada pelo sistema Mãe Dágua-Coremas, na Paraíba.

SITUAÇÃO DOS RESERVATÓRIOS

47 reservatórios com mais de 5 milhões de metros cúbicos de capacidade de armazenamento são monitorados pelo Igarn; 19 desses reservatórios atingiram o volume morto (média de armazenamento até 10% da capacidade) – entre eles o Itans em Caicó (1,61%), o Gargalheiras em Acari (0,19%) e o açude em Lucrécia (0,01%);

10 reservatórios estão secos, entre eles o de Pau dos Ferros;
1 reservatório, se não chover, deverá entrar em volume morto até junho de 2017;
3 reservatórios devem atingir o volume morto até dezembro de 2017 se não chover;
5 reservatórios atingem o volume morto até dezembro de 2018 se não cair nenhuma gota;
5 reservatórios chegam ao volume morto em dezembro de 2019 sem chuvas;
2 reservatórios deverão entrar em volume morto até janeiro de 2020 se não chover, são eles o açude em Riacho da Cruz e o Mandubim em Assu.

Femurn

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