Comitê diz que não é possível retomada da economia agora
Colegiado recomenda ao Governo do Estado recuo no plano e prorrogação do decreto atual até 1º de julho
“Hoje, pelos dados que temos, não é possível fazer uma retomada para as atividades que estavam sendo esperadas pelo setor produtivo. É preciso prudência, segurança, e olhar para os dados que estão postos hoje”. Foi com essas palavras que o professor Ricardo Valentim, membro do comitê de Especialistas para Enfrentamento da Covid-19, órgão que atua junto Secretaria Estadual de Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap/RN), informou que o colegiado está recomendando ao Governo do Estado que a retomada da economia, prevista para ser iniciada amanhã, seja abortada.
Ricardo Valentim explicou que desde sexta-feira passada que o comitê vem analisando os dados da evolução da Covid-19 no Estado para elaborar seus pareceres. “O Comitê Científico fechou parecer e a recomendação é que se prorrogue o decreto de isolamento social do jeito que está hoje até o dia 1º de julho”, acrescentou.
Ainda segundo o especialista, dois indicadores tem sido observados com muita atenção pelo comitê: a taxa de transmissibilidade da doença e a ocupação de leitos. A taxa de transmissibilidade significa a possibilidade potencial de contágio que uma pessoa contaminada tem. “Essa taxa hoje está em pouco mais de 1. Vem diminuindo, mas é preciso muito cuidado porque ela varia muito e de forma rápida”, acrescentou.
Ricardo Valentim ressaltou ainda que caso a taxa de transmissibilidade continue caindo, a tendência é que comece a diminuir a procura por leitos de enfermaria. Depois se diminua a ocupação de leitos semi-intensivo e por último caia a ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva”, avaliou.
Atualmente, a taxa de ocupação é superior a 85% considerando-se os dados da região metropolitana de Natal, do Seridó e do Alto Oeste. Com essa taxa, ressaltou Valentim, não há como reabrir a economia conforme esperado pelo setor produtivo.
Ele pontuou ainda que apesar de a taxa de transmissibilidade estar em baixa, a pressão por leitos de UTI continuará aumentando, bem como as mortes causadas pela Covid-19.