Denúncia

Família de aposentada diz que hospital faz escolha entre pacientes

Familiares de Francisca Salizete afirmam que equipe médica não a teria intubado para disponibilizar leito para pessoa mais jovem

A merendeira aposentada Francisca Salizete, de 63 anos vive um drama. Desde ontem num leito do Pronto Socorro do Hospital de Campanha da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Belo Horizonte, Salizete, que tem um tumor na cabeça, não foi intubada na Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) porque segundo a equipe médica que a atendeu, o leito disponível seria utilizado por pacientes mais novos e com maiores chances de sobrevivência, conforme acusação de parentes dela.

Salizete está com suspeita de contaminação pela Covid-19, o que a impede de ficar como paciente do Centro de Oncologia e Hematologia. Com sintomas da doença, inclusive cansaço recorrente e tendo sido constatada grande quantidade de secreção no pulmão, ela fez o teste para a Covid-19 e o resultado sai em 5 dias, contados de ontem.

O marido de Salizete contou ao Portal do RN que ela foi levada à UPA ontem e que sentia muitas dores por causa do câncer, além de apresentar cansaço elevado e recorrente, provavelmente por conta da Covid-19. A equipe médica tentou aplicar morfina nela, mas o medicamento não surtiu efeito. “Então sugeriram que ele fosse intubada, no que concordamos”, revela o marido.

Ele conta que cerca de 1h da madrugada de hoje, a família foi informada pela equipe médica que Salizete não seria intubada porque o leito disponível seria destinado a uma pessoa mais jovem e com maiores chances de sobreviver à intubação.

O Portal do RN conversou com uma filha de dona Salizete. Ela nos informou que a mãe ainda se encontra no Pronto Socorro da Unidade de Campanha do Belo Horizonte. “Infelizmente não podemos nem levar ela para casa por conta da suspeita da Covid-19”, lamenta.

A Secretaria Municipal de Saúde foi contatada pela reportagem do Portal do RN e informou que a paciente em questão é oncológica e tem metástase cerebral e que, por conta disso, não em indicação de intubação.

Ainda segundo a secretaria, em face dessa situação, a paciente não foi transferida para uma Sala Vermelha (Unidade de Cuidados Intermediários – UCI), mas que “está sendo acompanhada pela equipe” daquele setor, profissionais especialistas em emergência com todo o amparo de uma Sala Vermelha, caso venha precisar, até conseguir uma vaga em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

A secretaria afirmou também que foi feita solicitação de UTI para ela ontem, 27/5, e que a paciente está na lista da Central de Regulação, aguardando a disponibilidade de vaga.

Por fim, o órgão informou que na Unidade Hospitalar de Campanha do Belo Horizonte há 35 leitos clínicos e 5 leitos de salas vermelhas e que estão ocupados 12 leitos clínicos e 2 leitos de salas vermelhas.

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