Ensino

Militarização é sonho de prefeitos

Atraidos pelo dinheiro, chefes do Executivo potiguares se lançam ao projeto sem conhecê-lo a fundo e sem debatê-lo com a sociedade

A implantação da escolas cívico-militares, proposta pelo governo Bolsonaro, vem atraindo a atenção de muitos prefeitos de cidades do Rio Grande do Norte. Aparentemente sem muito conhecimento da ideia, os chefes de Executivo potiguares tem demonstrado interesse em aderir ao projeto de militarização do ensino.

Em São Francisco do Oeste, a prefeitura aderiu ao programa e às pressas realizou no mesmo dia duas audiências, sendo uma de esclarecimento e a outra de consulta pública. O problema é que a convocação para essas audiências chegou na Escola 7 de Setembro às 13h, e a primeira audiência aconteceu às 16h. A de consulta, às 18h30. Sem mobilização da população e sem um debate profundo da proposta.

Outros prefeitos demonstraram, oficialmente, interesse, como os de Upanema e Mossoró. Além de demonstrarem interesse, alguns gestores, como a prefeita Rosalba Ciarlini, tem alardeado a adesão ao projeto como uma grande obra. Sem amplo debate com a sociedade, os prefeitos parecem mais interessados na verba anunciada pelo governo. Há dezenas de outros prefeitos estudando a possibilidade de aderir, como o de Itajá.

De acordo com o projeto, de cada R$1 milhão enviado por Estado, ou município servirão apenas para pagar 18 militares durante 1 ano. Cada militar deste receberá de R$ 4.274,00 por mês + 13º, muito mais que um professor de Ensino Médio que ganha hoje R$2.557,00. Os militares ainda ganharão férias + auxílio alimentação e auxílio transporte, benefícios que não contemplam os professores.
A verba total será de R$ 54 milhões, que o Ministério da Educação (MEC) repassará para o Ministério da Defesa para pagamento dos militares, e os estados terão que se virar para adaptar instalações, uniformes, laboratórios, matérias e tecnologia. Além disso, nas escolas que forem atendidas por membros das policias militares, serão os Estados e municípios que arcarão com esses custos. Até 2022, o governo espera implantar 216 escolas totalizando 216 mil novos eleitores.

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