Iniciativa

Internos do Case tem projeto de ressocialização

Semear para Cultivar para Semear consiste na criação de peixes associada ao cultivo hidropônico de hortaliças

Uma parceria entre a Fundação de Atendimento Socioeducativo do Rio Grande do Norte (Fundase/RN), a Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa), Décima Segunda Diretoria Regional de Educação e Cultura (XII DIREC), Secretaria Estadual de Educação e Cultura (SEEC) e a Diocese de Mossoró está possibilitando mais uma alternativa no processo de ressocialização de menores infratores.

Trata-se do Projeto Semear para Cultivar, instituído com o objetivo de contribuir com a ressocialização dos internos do Centro de Atendimento Socioeducativo de Mossoró (CASE), e que consiste na criação de peixes associada ao cultivo hidropônico (sem contato com o solo) de hortaliças. A iniciativa envolve os adolescentes privados de liberdade, os agentes socioeducativos e estagiários do projeto.

A partir de atividades desenvolvidas diariamente, são organizados conteúdos didáticos trabalhados pelos professores dos adolescentes em áreas como Matemática, Ciências e Inglês. Figuras geométricas das tubulações, volume da água, fisiologia dos animais aquáticos e das plantas e parâmetros físico-químicos que são analisados na criação fazem parte das aulas.
O projeto conta com dois bolsistas universitários e o complexo montado no Case Mossoró comporta 30 tilápias, 96 pés de alface e 120 pés de coentro. Pela XII Direc, o trabalho é acompanhado pela professora Yara Gomes, que coordena a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e o ensino prisional.

“Agora eles trabalham com a vida, dos peixes e das plantas; eles trabalham pela manutenção da vida desses seres”, aponta o coordenador do projeto pela Ufersa, professor Ivanilson de Souza Maia, engenheiro agrônomo especializado em desenvolvimento e meio ambiente.
“Nosso objetivo é construir a ressocialização por meio de um trabalho que gere reflexão. Por que a água do peixe é ruim para ele, é boa pra planta e depois retorna para o peixe? Um aluno nosso, [cita nome do adolescente], disse que o Case pode ser comparado ao que o sistema possibilita com as plantas, no sentido de que a ‘água’ vem poluída da sociedade, ou seja, os adolescentes chegam com um histórico de vida comprometido e saem para uma vida nova, depois da filtragem na instituição”, contou.
O presidente da Fundase/RN, Herculano Campos, ressalta que “o elemento pedagógico do projeto é o grande diferencial. Ele não visa produção em grande escala. O Case representa para o adolescente o que a água representa para o sistema”.

O professor Ivanilson acrescenta ainda que o projeto, para os adolescentes, “é uma oportunidade de aprendizado para o trabalho, por meio do qual podem ter uma boa renda com um investimento inicial baixo”. De acordo com ele, são alguns materiais necessários: caixa de água, bomba (que pode ser reutilizada de máquina de lavar), canos, mangueira, registro de água, estrutura com cavaletes.
O professor também informa que esse tipo de sistema tanto pode ser desenvolvido para consumo próprio, em sistemas caseiros para produção familiar, inclusive no meio urbano, em casa ou varanda de apartamento, desde que receba pelo menos cinco horas diárias de sol, como também para objetivo comercial, em larga escala, com altas densidades de peixes e vegetais. (Com informações do Blog do FM)

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