OPINIÃO

25 ANOS DE JORNALISMO: ALGUMAS RECORDAÇÕES

IZAÍRA THALITA DA SILVA LIMA

Jornalista, escritora, ocupante da cadeira 08 da AFLAM


Em agosto deste ano de 2023 pude reunir em minhas memórias e também em um registro de recuperação de arquivos com publicação nas redes sociais, alguns momentos pincelados de uma data singular na minha trajetória profissional: Os 25 anos de carreira no jornalismo potiguar, com destaque especial para a minha atuação em Mossoró.

Aqui na minha cidade, trabalhei nas redações dos Jornais Gazeta do Oeste, O Mossoroense e Jornal de Fato, além de ter trabalhado com tantas coisas no percurso, produção, eventos, reportagens em revistas, assessoria de comunicação e também academicamente, como docente. Em comum a todas essas atividades sempre esteve o meu amor pelo jornalismo e que representa metade da minha vida, dedicada a trabalhar de maneira séria com informação.

É um sentimento indescritível poder olhar para trás e ver todas as histórias que tive a oportunidade de contar, os momentos marcantes que presenciei e as pessoas que pude conhecer e escrever sobre elas.

Ao longo desses anos, também presenciei a evolução da tecnologia e sua influência em nossa profissão. O mundo digital revolucionou a forma como as notícias são disseminadas, e acompanhar essa transformação foi essencial para me manter interessada em desbravar o jornalismo nas diferentes plataformas, sendo justamente essa curiosidade que me levou até a universidade, onde pesquisei o jornalismo digital e nas redes sociais.

E é como forma de resgate desta memória que coloco aqui, de maneira resumida algumas das mais importantes atuações:

Comecei aos 18 trabalhar como repórter no Jornal Gazeta do Oeste, do saudoso jornalista Canindé Queiroz. Ali, pude aprender com jornalistas práticos, no fazer diário e com grandes referências, como Dorian Jorge Freire, que era colunista do jornal até os seus últimos anos de vida e que me inspirou e motivou com elogios às minhas matérias. Naquela casa do jornalismo redigi e realizei centenas de reportagens sobre a cidade, sobre as personalidades e sobre a cultura local.

Aos 20 anos trabalhei como repórter do Jornal O Mossoroense o então diretor do Jornal, Cid Augusto da Escóssia me deu a oportunidade de ser editora-chefe sendo, portanto, a primeira mulher a assumir esse cargo em um jornal diário da cidade de Mossoró.

Trabalhei no Jornal de Fato por dez anos, onde fui editora da Revista Domingo. Fui vencedora por duas vezes do Prêmio UERN de Jornalismo José Martins de Vasconcelos (em 2001 e 2005), com reportagens de cunho social e ambiental e do Prêmio FAPERN de Jornalismo Científico em 2009 com reportagens especiais publicadas no Jornal de Fato.

Tornei-me professora de Comunicação em 2011, tendo lecionado como professora durante dez anos em diferentes instituições de Ensino Superior. Após a conclusão do Mestrado em Ciências Sociais e Humanas na UERN, fui professora substituta em 2017 nos cursos de graduação das três habilitações de Comunicação da UERN – Jornalismo, Radialismo e Publicidade, além de lecionar em vários Cursos de Pós-graduação nas Universidades UnP, FVJ, FACEP e Católica do RN. Orientei trabalhos de conclusão de curso de graduação e de pós-graduação e compôs bancas acadêmicas.

Na vida como escritora e pesquisadora, publiquei o livro-reportagem ‘Um Olhar Sobre o Idoso’, ‘Jornalismo no Twitter’ e uma dezena de capítulos de livros que versam sobre comunicação, educação e pesquisas acadêmicas. Como pesquisadora acadêmica possui publicações sobre Jornalismo e Internet, Redes Sociais, Ciberativismo indígena, mídias e discursos e tecnologias digitais para a Educação.

Na área de assessoria fui assessora de comunicação parlamentar na Câmara Municipal de Mossoró nos anos de 2006, 2009 e 2022. Atuo desde 2014 como consultora, estrategista de comunicação e Assessora de Comunicação para Empresas, Profissionais e Instituições com a sua empresa, a Íntegra Comunicação.

Mais recentemente realizei como diretora e produtora executiva o documentário curta-metragem Longe de Casa (2022) e pela segunda vez, estou assessora de Comunicação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB Subseção de Mossoró).

Na Academia Feminina de Letras e Artes Mossoroenses (AFLAM) compondo desde a sua criação em 2007, por duas vezes fui diretora de comunicação da entidade, é sou a ocupante da cadeira 08, que tem como patrona a poetisa e primeira jornalista mulher do Rio Grande do Norte, Myriam Coelli.

Todas estas atividades relatadas e outras não mencionadas me tornam orgulhosa da trajetória. Durante esses 25 anos, a paixão pelo jornalismo só cresceu em mim. Fiz jornalismo, escrevi e ensinei. Abri a íntegra Comunicação que tem crescido em clientes. E não canso de buscar novas formas de viver a profissão que escolhi ainda criança, quando tinha 12 anos, que parecia inalcançável, e, no entanto, onde realizei tantas coisas maravilhosas.

 Para coroar esse momento tão significativo da minha vida, tive a alegria de receber em Sessão Solene da Câmara Municipal de Mossoró, no dia 17 de agosto deste ano de 2023, em alusão ao aniversário da AFLAM, a Medalha do Mérito Jornalístico Lauro da Escóssia, concedida aos profissionais que se destacaram por suas relevantes contribuições ao jornalismo em Mossoró e no cenário potiguar. A medalha foi uma proposição do vereador Pablo Aires e aprovado por unanimidade pelos edis daquela casa legislativa através do Decreto 83/2023. Receber esta medalha foi certamente, um dos momentos mais felizes dessa longa trajetória.

Agradeço à Deus por me permitir fazer o que amo todos esses anos e por me colocar tantas oportunidades de reafirmação dessa vocação e propósito profissional em minha vida. Também aos meus familiares, aos meus filhos – Áurea Letícia e Pedro Victor – que mais do que ninguém sentiram as dores e delícias de ter uma mãe jornalista, aos amigos que fiz nesse percurso, aos veículos onde assinei meu nome nas reportagens, às pessoas que me contaram suas histórias, dramas reais e momentos felizes de vida e à AFLAM, que me abraçou ainda jovem, como acadêmica e membro-fundadora.

Que venham mais histórias, mais desafios e mais oportunidades. A vida não para e em breve, teremos ainda mais coisas lindas a acrescentar nesses anos que virão!


 Izaíra Thalita da Silva Lima é jornalista, mestra em Ciências Sociais e Humanas (PPGCISH/UERN) especialista em Etnologia Indígena (FAVENI/ES) pesquisadora da temática ciberativismo indígena. Membro da Academia Feminina de Letras e Artes Mossoroense (AFLAM) ocupante da cadeira 08, que tem como Patrona Myriam Coeli de Araújo Dantas da Silveira.

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