OPINIÃO

16 ANOS: MEU REAL ESPAÇO NA AFLAM

Por TANIAMÁ BARRETO (cadeira 12)


Foi com indecifrável alegria, que aceitei ingressar na mui amada Academia Feminina de Letras e Artes Mossoroense (AFLAM), em 17/08/2007, cujo compromisso é a promoção do patrimônio cultural da mulher de Mossoró, celeiro das letras e do ineditismo histórico-social.

Pela bênção de Jesus e escolha da acadêmica Fátima Castro, idealizadora do Projeto AFLAM, aqui estou há 16 anos, com o coração transbordando de felicidade, mas com muita humildade em fazer parte dessa seleta Congregação, onde está o que de melhor há na produção intelectual e artística de Mossoró, quiçá do Rio Grande do Norte e do Brasil.

Hoje a AFLAM, sob a nossa Presidência arregimentada por todas as demais integrantes da atual Diretoria: Taniamá Vieira da Silva Barreto, Margareth Freire de Souza, Maria José Araújo Melo de Sousa, Maria Goretti Medeiros Filgueira, Vanja Lúcia Freitas dos Reis, Martha Christina Eleotério Maia, Aldenôra Barbosa Rebouças, Maria de Fátima de Castro, Suzana Goretti Lima Leite, Francisca Lenilda da Silva e Symara Tâmara Fernandes Carlos, tem como Presidenta de Honra a embaixadora da cultura Maria do Socorro Cavalcanti, representa o que que de mais primoroso há em Mossoró, como espaço institucional legítimo da cultura local.

Aqui cheguei com o sentimento de que a responsabilidade é bem maior do que o meu contentamento.

Por sinal, esses sentimentos são permeados de agradecimentos, não somente às que sufragaram o meu nome, por mais um mandato na gestão da AFLAM, mas a todas as acadêmicas. Enfatizo meus sinceros agradecimentos ao poeta literato Parnasiano Jomar Ferreira da Costa Rêgo, meu ex-professor que, ao lado do Saudoso Pe Flávio Nascimento me instigaram a fazer jus à cultura letrada da minha querida Serra de Martins. Foi a partir do incentivo destes meus queridos professores que deixei desabrochar:

A Ideia,

O Pensamento poético.

A Palavra.

A Estética!

Eles, são exemplos de professores educadores; cujos ensinamentos desaguaram em terreno fértil. Terreno, este, cuidadosamente adubado e fertilizado no alicerce do meu seio familiar.

Por isso é prioritário citar o alicerce da minha trajetória de formação e de vida produtiva (cultural, profissional, religiosa e social), sem o qual nada seria. Alicerce esse, composto pela minha mãe Alexandrina (Maria Alexandrina da Conceição – in memoriam), professora, musicista e escritora memorialista; e minha Vó Chiquinha Tabita (Francisca Viana de Messias – in memoriam), professora e missionária da Marilologia. Mulheres de fibra, nas quais me espelho até hoje; ao meu pai Jorge Julião da Silva (in memoriam), ex-combatente, exemplo de resistência e coragem. E o que dizer dos meus 13 irmãos? Conceição Azevedo, Regina Celeste, Dalva Vieira, José de Arimateia, Leontina Vieira, Livramento Amâncio, Clóvis Vieira, Sandoval Viera, Lilian Barbalho, Hugnelson Vieira, Flávia Maria e in memorian: Vildemar Vieira e Maria da Glória?

Sem palavras, pois a leveza e resiliência da vida de todos e de todas os fazem:

Verdadeiros trigos da sabedoria,

Na simplicidade de simplesmente serem

Cidadãos em busca do saber,

Comprometidos com a informação,

A partilha, a ética e a comunicação.

Com o sólido alicerce familiar foi possível não só edificar uma profissão, mas também constituir minha própria família ao lado de Danilo Barreto, com o qual procriei Danilo Júnior, Danúbio Anildomá e Mara Dalila. Além dos meus netos: Danúbio Filho, José Davi, Lucas Daniel, Maria Alice e José Mateus. Estes são os meus tesouros de ouro, prata e mirra.

Meu capital de mais valia,

Verdadeiro sentido da vida,

Motivo da minha poesia,

Minha esperança de guarida!

Neste momento em que a gratidão transborda o meu coração, por fazer parte, há 16 anos da AFLAM, haveria de me reportar aos meus familiares, porque a essência deles sinaliza a minha constituição e delineia o perfil da minha vida acadêmica e de gestão, permeada de amor essencialmente vocacional.

E por falar em essência, a cadeira 12 da AFLAM tem um significado todo especial para mim. Ela é, essencialmente, essência do meu caráter produtivo: A sua Patrona, Mariana Neuman Vilda Costa, foi, como eu, Professora, Enfermeira, Escritora, Sindicalista e Pesquisadora, minha parceira na vida universitária, desde a vida de estudante, profissional e de pesquisa. Assim, o Grande Mestre do Universo inspirou-me para escolher o seu nome para Patrona da Cadeira 12, pois a mesma trazia em seus escritos a busca do encontro do belo e da vida.

Igualmente, busco em meus poemas expressar o significado e o meu respeito à transcendência Divina. Entendo que:

Poetizar é construir com rimas,

Devastar o tom da beleza,

Cultivar ao tempo que subestima:

Poder, arma, paixão e nobreza.

 

Tento dizer com leveza sonora o quê só os poetas conseguem:

Dizer as coisas duras, através do poema,

Dispensando a procura do significado,

Retratando na letra dita,

Contradizendo o problema e

Confirmando o não encontrado.

A ideia é viver o presente, com a leveza do sonho de amor,

Saboreando esse momento sem nada problematizar.

Degustar o sabor de cada regra transgredida,

Olhando cada gesto, cada ação das “AFLAMEANAS”,

Para com as senhoras eu possa aprender a caminhar,

Com segurança neste novo caminho de poetisa gestora.

É através desse novo caminho que a partir de hoje começo a desvendar o significado do SER AFLAMEANA, com a ajuda de cada uma e de todas, para ressignificar os dons do Ser poético, Ser conto, Ser artístico, Ser…!

Sim, assumo o compromisso com o caminho da AFLAM, que será a vereda do meu crescimento; o condão de combate ao fogo e o anúncio de novos poemas, pautados nas bênçãos celestiais, meditados fervorosamente, quando em 1980, escrevi assim sobre a MEDITAÇÃO:

Deixa JESUS que incline minha cabeça,

Ao lado seu e fique assim te olhando;

Dá que teu amor de mim se compadeça;

Dá que minha fé em ti vá se avivando!

 

Deixa JESUS que o corpo meu nefando,

Aconchegar-se ao teu puro mereça;

Dá que minh’alma assim te contemplando,

Outro deus fora a ti não reconheça!

 

Eis-me aqui, trazendo o pouco que tenho. E, parafraseando os versus simples, vos digo:

Na minha bagagem não trago ouro, porque ele não entra no céu.

Não trago flores, porque elas secam e logo se transformam em farelos.

Mas, trago o meu compromisso, a minha criatividade, a minha doação mais preciosa: Amor e Disponibilidade ao Coletivo.

Trago-lhes minha produção e o meu conselho:

Se hoje, estiveres pensando em parar, em desistir e pensares que não vais conseguir, toma seu instrumento de trabalho e produza.

Deus te faz resiliente.

Deus desenvolverá resiliência em você.

E depois, só restará testemunhar do poder de Deus na sua vida e das bênçãos conquistadas, além da certeza que você conseguirá.

Tudo depende da pontuação do seu agir:

Se UMA VÍRGULA,

UM PONTO E VÍRGULA;

UM PONTO FINAL ou

UMA RETISCÊNCIA …

Obrigada diletas e dignas confreiras

Eterna gratidão.

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