Ufersa e UFRN descobrem anticéptico para bovinos e caprinos
O invento já rendeu reconhecimento internacional através de publicações de artigos e revistas
Pesquisadores da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), desenvolveram um antisséptico para evitar inflamações mamárias bovinos e caprinos. O invento já possibilitou publicações de artigos científicos em revistas internacionais de grande alcance.
O antisséptico vem mostrando eficiência na produção de leite por apresentar eficácia na prevenção de doenças no animal como mastite, fungos e leveduras. De acordo com o orientador da pesquisa na UFERSA professor Marlon Feijó, o uso do produto pode evitar grandes perdas financeiras que podem ser causadas pelo adoecimento dos animais. “Para que os animais não tenham mastite, existe todo um passo a passo de posição para que possam ser encaminhados para a sala de ordenha. Quando eles saem da sala de ordenha, passa-se esse antisséptico, que é o que chamamos de pós-dipping, ou seja, pós ordenha; e oferece alimentação, para que o animal fique em pé e as glândulas mamárias não tenham contato com o solo”. Explicou Marlon Feijó.
A tintura de iodo e ácido láctico são comumente utilizados para essa função, e a pesquisa desenvolvida pela UFERSA e UFRN desejam tornar o extrato pirolenhoso (produzido a partir da fumaça vinda da queima de madeira) um produto substituto.
PESQUISA – Estudos sobre o extrato envolvendo animais estão sendo desenvolvidos no Laboratório de Microbiologia Veterinária da UFERSA desde 2017. No processo de produção, a UFRN se responsabiliza pela extração da substância base, sob a coordenação do professor Alexandre Pimenta. “Temos uma primeira patente de 2018 à base de esponja mombin, que é o cajá, mas essa estamos desenvolvendo outros produtos como um shampoo que está sendo usado em superfícies de cães”, afirmou Marlon.
O primeiro trabalho de pesquisa na área concluído no laboratório foi o projeto de mestrado de Waleska Soares, publicado no início de 2021 com o título “Extrato pirolenhoso de jurema preta e eucalipto como antissépticos alternativos no pós-dipping de cabras leiteiras”.
Essa pesquisa possibilitou as observações de que o produto era capaz de inibir as bactérias da glândula mamária de animais caprinos, e que também a qualidade do leite não era afetada pelo seu uso, podendo ainda ser consumido pela população e pelos animais.
O projeto foi desenvolvido por docentes e discentes da graduação e pós-graduação de dois cursos, Medicina Veterinária e Zootecnia. No Brasil, o uso de extrato pirolenhoso, a principal substância do antisséptico, é pouco conhecido. “A fumaça para nós é só a fumaça, que vai se dispersar no ambiente. Existe muito espaço para pesquisas nesse produto”, explica Marlon Feijó.