CULTURA

Cleber Dimarzzio: 30 anos de relacionamento com a música

Apaixonado por Rock desde criança, artista fez da guitarra sua companheira inseparável

Década de 1990. Anos que sucederam o período mais criativo no mundo da música, mas que também revelaram verdadeiras pérolas no cenário musical internacional e nacional. Foi nos anos de 1990 que surgiram bandas que ficaram eternizadas e fazem sucesso até os dias atuais como: Foo Fighters, Nirvana, Oasis, Pearl Jam, Radiohead, Red Hot Chili Peppers, etc. Com semelhante dimensão, no Brasil surgiram Charlie Brown Jr., CPM 22, Los Hermanos, Paralamas do Sucesso, Planet Hemp, Raimundos, Angra, O Rappa, Sepultura, Skank, entre outras.

Os anos de 1990 refletiam através da música, criatividade, irreverência, protesto e sucessos que influenciaram e continuam influenciando gerações até hoje .E foi no início dos anos 1990, mais precisamente em 1994 que nascia no cenário musical mossoroense, um artista de extremo bom gosto, ouvido aguçado, e repertório inquestionável que está completando três décadas no mundo da música em atividade nos palcos de Mossoró e de várias outras cidades de estados do Nordeste do Brasil. Cleber Dimarzzio, o músico e intérprete é parte importante do cenário artístico e cultural da segunda maior cidade do Rio Grande do Norte..

Para marcar essa trajetória de 30 anos de estada no mundo da música, Cleber preparou um show todo especial para celebrar a data. O evento acontecerá nesta quarta-feira, 2 de outubro, véspera de feriado, na cervejaria Cabocla. “Preparamos um show com muita dedicação com os melhores do nosso repertório para marcar essa história que está completando 30 anos”, destacou Cléber.

TRAJETÓRIA

Tudo começou quando Cleber tinha apenas 9 anos de idade com o primeiro contato com a música na Escola Municipal Antônio Fagundes. O grupo de fanfarra com instrumentos percussivos foi sua primeira experiência no mundo da música. Na época se apresentava nos desfile cívicos, nascendo alí um artista que anos depois dominaria os palcos com sua guitarra.

A paixão por instrumentos de cordas, herdou de sua avó que aos 82 anos ainda tocava violão. “Essa foi uma surpresa, porque até então eu não sabia que minha avó tocava. Até que recebemos a visita de um parente distante que trouxe na bagagem um violão e minha avó pegou o instrumento e começou a tocar”, descreve.

Com a paixão por instrumentos de cordas, veio também o primeiro obstáculo. Cleber é canhoto e todo o futuro aprendizado parecia comprometido. Porém, a determinação e o talento não o deixaram desistir. “Muitas pessoas não sabem até hoje que sou canhoto. Na época desenvolvi uma forma de aprender a tocar com o violão posicionado de forma contrária, tinha instrumento para canhotos, mas era muito caro e inviável pra mim, então tive de me virar para aprender”, detalha.

Autodidata Cleber aprendeu sozinho a tocar violão, assim como os demais instrumentos de cordas que também domina como guitarra e baixo. “Eu observava como uma pessoa destra desenvolvia as notas, memorizava e depois reproduzia como canhoto com o instrumento posicionado de forma inversa”, comenta. O artista destaca ainda que tem grande facilidade para perceber sons dos instrumentos nas músicas e reproduzi-los, o que contribuiu para o seu autoaprendizado. Após muito tempo tocando instrumentos de corda de forma invertida, Cleber decidiu se reinventar e aprender a tocar como destro e mais uma vez conseguiu. Do violão, foi para o baixo e por fim, a sua companheira inseparável a guitarra.

Entre 13 e 15 anos de idade Cleber integrava o grupo de jovens da igreja onde tocava na banda. Aos 17 anos recebeu um convite para compor um grupo que se apresentava nos barzinhos de Mossoró. Cleber se refere a esse período como uma fase de muito aprendizado. O início de tudo. “Na época, recebemos uma grande demanda de músicas para pegar e tínhamos que ‘tirar de ouvido’, nós ligávamos para as rádios, pedíamos as músicas e tínhamos que dizer que era pra gravar para que o locutor não falasse durante a música. Gravávamos as músicas em fitas cassetes para retirar os arranjos e os acordes. Hoje eu dou risada ao lembrar desse tempo”, comenta.

ROCK AND ROLL

A trajetória musical de Cleber Dimarzzio começou na igreja, depois se expandiu para a noite nos barzinhos com repertório popular voltado para MPB, mas é tocando rock que o artista se realiza. “Aqui na cidade não se tinha um espaço para o rock. Esse não era um estilo musical bem visto era taxado como música de gueto e a galera que gostava se limitava a tocar em garagem e se a gente quisesse ganhar algum dinheiro tocando, tinha que cantar outros estilos”, conta.

Cleber chegou a morar um período em Fortaleza onde tocou em várias bandas de forró, incluindo a Mastruz com leite, também integrou bandas bailes e ressalta que apesar de trazer no sangue o rock and roll, para seguir no ramo da música precisava enveredar por outros estilos. “Eu sempre encarei os estilos diferentes que tocava como um aprendizado e conseguia trazer alguns elementos para o rock”, reforça.

Quando retornou de Fortaleza, em 2005 foi convidado para fazer parte da banda Arcanjos, composta por João Paulo, Kessinho, Yuri e Rosemberg. A banda chegou a gravar um disco autoral com músicas que tocavam nas rádios locais. Depois de algum tempo o grupo se desfez e logo Cleber já emplacou em um novo projeto, integrar uma banda de pop rock, a MP3 juntamente do William Robson (bateria) e o Mestre (baixo). Com esse grupo, ficou 13 anos em atividade tocando nas noites de Mossoró e cidades vizinhas.

PROJETO PESSOAL

Depois da MP3, iniciou um projeto cover da banda Pink Floyd, de quem é fã de carteirinha, a banda Time. “Esse foi um projeto com um estilo específico todo voltado para a banda Pink Floyd. Não tocávamos muito porque a apresentação da banda tinha um custo alto para os donos de barzinhos. Nessa proposta tive o privilégio de contar na guitarra com Amilton Fonseca, um grande músico e um cara com quem aprendi muito nessa parceria nos palcos”, relata

Pouco tempo depois integrou junto com Robinho, hoje líder da Robinzband, a banda Blackout que fazia cover da banda Scorpions e depois fez parte da banda Esfinge. Entre integrar uma banda e outra, Cléber ainda encontrava tempo para ministrar aulas de guitarra e fazer apresentações solo em outro projeto que administra até hoje.

PANDEMIA

Durante a pandemia de covid que afetou o planeta, Cleber passou a trabalhar de forma online. Durante um bom tempo foi professor de música no projeto Mais Educação e também dava aulas particulares de guitarra. Foi nesse período que descobriu a cantora Dany Silva que era sua aluna. Ao perceber o talento da aluna, a incentivou a cantar. Hoje ela se apresenta nos barzinhos em projeto solo e é a voz feminina da banda RIS (Rock Internacional Songs) atual projeto do artista Cleber Dimarzzio.

Cleber reúne todos os motivos para celebrar sua trajetória de 30 anos. Pode ser considerado um sobrevivente por nunca ter desistido de fazer o que, de verdade sabe e gosta de fazer. “As dificuldades sempre foram muitas, mas eu sempre fui muito teimoso. A pandemia foi uma prova de fogo e o mundo artístico foi o mais punido. Foi o primeiro a parar e o último a voltar”, declara.

Atualmente a banda RIS é uma das mais requisitadas não somente em eventos em Mossoró como em várias cidades do RN. A banda voltada para o rock internacional é composta por Cléber Dimarzzio (guitarra e vocal), Patrick (vocal), Dany Silva (vocal), Elison (bateria), João Carlos (baixo) e Paulo Vitor (Guitarra). A RIS será a atração da noite de hoje que celebra a trajetória de 30 anos do artista Cleber Dimarzzio. O show acontece na noite desta quarta-feira, 2, véspera de feriado na Cervejaria Cabocla a partir das 20h,

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