As reformas, a inércia e as consequências

O Brasil vive uma conjuntura de reformas. Desde a alteração das regras trabalhistas que elas se tornaram a razão de viver do governo brasileiro. Após a reforma da previdência, a bola da vez é a reforma administrativa.

Reformas necessárias são aquelas em que quem as propõe justifica o porquê e, com dados sem falseamento, mostra como ocorrerão. As alterações no sistema previdenciário, a despeito de sabermos da necessidade de alguns ajustes, foram feitas sob o império das inverdades. Nunca se mentiu tanto para se conseguir aprovar uma reforma.

Os efeitos das reformas vem em cadeia. Quando o governo federal estabelece novas regras gerais, Estados e municípios terão que se adequar. É o que está acontecendo com a Reforma da Previdência. É o que acontecerá com a Reforma Administrativa

É importante a mobilização e a resistência a mudanças nos regimes estaduais e municipais, claro que sim. Mas, mais importante, é garantir o estabelecimento de regras gerais menos nocivas. Não o fizemos com a reforma trabalhista, tampouco com a da previdência. Os resultados são de todos conhecidos.

Para o servidor público, cujo direito à aposentadoria foi ferido de morte com a reforma da previdência, a reforma administrativa surge como grande desafio a ser enfrentado. Espera-se que com mais organização, empenho e força do que o foi em relação à previdenciária.

Mesmo servidores estaduais precisam combater agora a reforma administrativa. O mesmo valendo para o funcionalismo público municipal. A inércia custará muito caro. Pelo que está posto até agora, as novas regras que vigorarão no serviço público de acordo com a proposta do governo, precarizará ainda mais o trabalho, diminuirá cada vez mais a proteção social do servidor e tornará o serviço público menos atraente. Sem interessados, restará o apadrinhamento, o compadrio, a corrupção, o toma-lá-dá-cá. Não serão apenas os servidores públicos que sairão perdendo. Serão todos.

Já está mais do que comprovado que as promessas de melhoras com as reformas são apenas manipulação para aprovação popular. Reforma trabalhista não gerou empregos; reforma previdenciária não trouxe benefícios. Reforma administrativa segue na mesma tendência. Somente se deixará enganar quem quiser.

EM QUEDA

Pesquisas apontam que o presidente Bolsonaro perde cada vez mais apoio popular nas redes sociais. Se a oposição souber atuar e se aqueles que combatem as barbaridades do ex-capitão souberem atuar, logo ele estará cada vez mais isolado, sem força e prestígio. Talvez isso coloque freio em suas sandices.

PRESIDENTES

O presidente Jair Bolsonaro vem nesta quinta-feira, 12/3, a Mossoró. A última vez em que a cidade recebeu um chefe do Executivo federal foi em 2008, quando o ex-presidente Lula veio inaugurar o campus da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA). Que Bolsonaro tenha a mesma postura republicana e democrática do petista.

E O DINHEIRO?

Sem justificar queda em receitas, e mesmo tendo vendido a folha e conseguido empréstimo milionário para investir em obras (o que desafoga o orçamento) a prefeita Rosalba Ciarlini vai pedir para (re)parcelar a dívida da prefeitura com o Previ Mossoró. Muito misterioso isso tudo.

MORO

É preciso que se explique de forma muito clara o interesse do ministro Sérgio Moro na soltura de Ronaldinho Gaúcho, preso no Paraguai. Até agora, Ronaldinho e o irmão são acusados apenas por adulterar documentos. Mas há investigações sobre crimes muito graves. A que tudo indica, Moro quer a liberdade do ex-jogador antes que essas investigações sejam concluídas. Por quê?

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